A União Europeia definiu 2050 como meta para atingir a neutralidade carbónica e aumentou a ambição para a redução das emissões de gases com efeito de estufa para este decénio, ao propor reduzi-las em 55% já até 2030. Os próximos 10 anos serão, por isso, decisivos para reverter as tendências atuais e alterarmos definitivamente a forma com desenhamos e produzimos o que consumimos. Igualmente, não podemos descurar os nossos comportamentos no modo como utilizamos os bens – e resíduos. A transição verde é real.
Foi essa a tónica plasmada no novo Plano de Ação para a Economia Circular, um dos principais eixos do «Pacto Ecológico», apresentado em 2020. Mudar, mas para sermos mais competitivos na nova economia verde. Para estarmos mais preparados para o futuro, com um ambiente mais protegido, sem pôr em risco a economia europeia.
Se o objetivo de descarbonizar é maior, também maior é o esforço pedido às empresas na reforma dos processos, e, aos cidadãos, num consumo mais sustentável, consciente e responsável, para que os recursos sejam mantidos na economia durante o máximo de tempo possível. Passar de um sistema linear para um sistema circular é uma transição complexa e multidimensional que só será bem-sucedida se for abraçada por todos. É este o grande desafio que temos – negócios e consumidores – na próxima década.
A Sonae já tem um caminho assinalável de boas práticas adotadas, mas a conjuntura e a responsabilidade impelem-nos a ir mais além, conscientes que se captarmos o potencial da circularidade – e globalmente da sustentabilidade – o impacto será positivo para todos. Até porque 2030 está "à porta”. Por isso, temos de ser rápidos a agir, e eficazes nas nossas ações.
Leonor Sottomayor
Head of Public Affairs na SONAE
Vogal da Direção da Associação Smart Waste Portugal
Adaptado da newsletter de Agosto de 2021 da Smart Waste Portugal